Traficantes alugam casas na Penha para o consumo de crack
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012No interior de um apartamento de classe média na Bela Vista (região central), usuários de crack alugam a sala, o quarto e a cozinha com um único propósito: fumar a droga.
Com três celulares no bolso, um senhor aparentando ter 60 anos era o responsável pela venda das pedras e pelo aluguel do imóvel.
Preço: R$ 10 (a pedra), mais R$ 10 pelo espaço usado para consumo.
Antes mesmo da operação da PM, que cercou a cracolândia, a reportagem percorreu, nos últimos seis meses, bairros como Vila Mariana, Paraíso (na zona sul de SP), Bexiga, Bela Vista (centro de SP) e guia Penha (na zona leste de SP).
Nesses locais foram encontradas casas e apartamentos onde funciona um esquema até então desconhecido das autoridades públicas e policiais, as cracolândias privês.
Esses locais são extremamente lucrativos e seguros para o criminoso.
Ele ganha duas vezes: na venda da droga e na locação da área.
Para o usuário é algo discretíssimo. Nesses ambientes ele consegue fugir da polícia e dos olhares de reprovação de moradores.
Para entrar nesse local é preciso ser apresentado por algum conhecido do traficante e seguir a principal exigência: só consumir a droga vendida ali.
A reportagem visitou cinco imóveis. Os apartamentos, na Bela Vista e no Bexiga, possuem pequenas brechas nas janelas, para não intoxicar quem está trancado lá.
As portas permanecem quase o tempo inteiro fechadas.
Já as casas, ou estavam abandonadas e foram invadidas ou haviam sido alugadas pelos traficantes por preços baixos por conta de seu mau estado de conservação.
Elas estão na Vila Mariana, Paraíso e Penha.
Os muros têm mais de três metros de altura. Os portões não têm brechas, o que impossibilita que alguém de fora observe o que acontece ali.
Fonte: Folha de S. Paulo